domingo, 13 de outubro de 2024

1 década entre uma e outra

Quase uma década entre esses dois registros.

Muita água passou por baixo dessa ponte...

🌊 Filhas que entraram e saíram da adolescência.
🌊 Eu que saí, na marra, de minha própria paralisia temporal interna - anos e anos terapiando as questões infantis e traumas para poder adultecer no despacito...
daí vem a vida com seu rolo compactador, faz pó de tudo que encontra pela frente, e me obriga a encerrar ciclos.

 🌊 O fluxo paradoxal na relação com o trabalho se encorpou.
Rolou o abandono da carreira docente e o retorno a ela por vontade.

🌊 Amizades acabaram. Outras se construíram.

🌊 Pessoas queridas partiram para muito muito longe, deixando um buraco no espaço ocupado por elas. É curioso que nesse tipo de perda, o espaço vazio não se preenche com nada, mas outras experiências vão se formando ao redor deles, mostrando que mesmo na dor, a vida segue.

🌊 Diagnóstico de TPBorderline que explicou tanta, mas tanta, coisa e fez eu me respeitar de um jeito que antes fora impossível.

🌊 Perda progressiva da audição. Processo de acolhimento do medo, da insegurança, da limitação. Uso da prótese auditiva.

🌊 Uma saga interessante nas terras da Fé e das Crenças Não-Racionais. 
Do ateísmo proselitista à abertura  mental-emocional-sensorial ao Grande Mistério.

🌊 Profissões e áreas de estudos novas: Ayurveda, Reiki, Arteterapia.

Enfim...
🌊💜 Muita água, muito entulho, detrito passou. Teve Tsunamis que quase levaram a ponte. Mas ela permaneceu.

Agora as águas que passam estão mais fluidas... ou, 
quem sabe, 
eu é que estou menos incomodada com seus movimentos.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Meu abraço e consideração aos "fora da caixa"

Dentre tantas possibilidades de ser escolho a ponta do pelo do coelho.

📚

"Vamos resumir: um coelho branco é tirado de dentro de uma cartola. E porque se trata de um coelho muito grande, este truque leva bilhões de anos para acontecer. Todas as crianças nascem bem na ponta dos finos pêlos do coelho. Por isso elas conseguem se encantar com a impossibilidade do número de mágica a que assistem. Mas conforme vão envelhecendo, elas vão se arrastando cada vez mais para o interior da pelagem do coelho. E ficam por lá. Lá embaixo é tão confortável que elas não ousam mais subir até a ponta dos finos pêlos, lá em cima. Só os filósofos têm ousadia para se lançar nesta jornada rumo aos limites da linguagem e da existência. Alguns deles não chegam a concluí-la, mas outros se agarram com força aos pêlos do coelho e berram para as pessoas que estão lá embaixo, no conforto da pelagem, enchendo a barriga de comida e bebida:


— Senhoras e senhores — gritam eles —, estamos flutuando no espaço!


Mas nenhuma das pessoas lá de baixo se interessa pela gritaria dos filósofos.

— Deus do céu! Que caras mais barulhentos! — elas dizem.


E continuam a conversar: será que você poderia me passar a manteiga? Qual a cotação das ações hoje? Qual o preço do tomate? Você ouviu dizer que a Lady Di está grávida de novo?"

(Jostein Gaarder - O mundo de Sofia)


domingo, 30 de junho de 2024

Tornar-se o que se é

Bom dia!
Bom domingo!

Espero que você esteja bem e em paz, que se sinta à vontade e em segurança.

Faz algum tempo que não posto nada por aqui.

Por várias razões.

Não sei você, mas meu mundo interno é intenso. 
E preciso de tempo para apaziguá-lo, reorientá-lo.

Maio sempre me é indigesto... Razões? Muitas. E este em especial nos trouxe uma mostra de nossa vulnerabilidade - individual e coletivamente.
Junho mexe comigo (até adoeci fisicamente, só pra vc ter dimensão do que estou falando)

É uma lida interessante esse "tornar-se pessoa" (aliás esse é o nome de um livro que estou lendo - de Carl Rogers).

E para tanto é preciso passar pela aceitação, pela transparência e ingressar no que se é de forma genuína.
Simples, né?

Quem dera conseguir ser tão simples assim...

Rever posicionamentos, questionar crenças antigas, desconstruir-se, ver o que presta e dápra reaproveitar, acolher o que é feio e áspero tentando ajustar de alguma forma mais harmoniosa,  pra tentar reconstruir-se.

E uma coisa interessante tem acontecido: 
é uma coisa (situação, evento, tensão interpessoal) enfileirada à outra, como vagões de um trem.
É como se a vida estivesse conferindo se as lições dadas foram apreendidas de verdade.

Gostaria de dizer que: "wow, tudo está resolvido e agora só _GratiLuz_!"

Mas humilde e humanamente, assumo: tem muita coisa nesse porão. Nossa! Se tem!

E é nessa toada que se faz o passo.

Assim que sigo.

Desejo de coração que você esteja vivenciando o seu processo de forma consciente, 
sentindo e vivendo o que deveras sente - fazendo o intenso trabalho de ser artesão de si mesmo...

Ceci n'est pas une pipe

Ceci n'est pas une pipe
Renè Magritte

Joy

Joy
Erik Drooker