sábado, 27 de outubro de 2007

Jovens, Solteiros e do Sexo Masculino

O editorial da Zero Hora, no dia 25 de outubro, com título “Um Foco no Jovem”, mostra alguns dados estatísticos sobre esse jovem. De acordo com o jornal, que se firma na pesquisa do economista Marcelo Néri, o perfil dos “envolvidos têm um retrato definido, preciso e palpável” quando o assunto é acidentes com automóveis, consumo de drogas ou população carcerária. Eis o perfil: jovens, solteiros e do sexo masculino.
No que se refere à população carcerária as estatísticas revelam que 96% dos presidiários são homens, 52% tem entre 20 e 29 anos, 79% são solteiros e 17% são analfabetos. Quando o tema versa sobre usuários de droga é demonstrado que 89% são homens, 50% têm entre 20 e 29 anos e 62% são da classe A.

Ou seja, jovens, solteiros e do sexo masculino são os maiores envolvidos em acidentes no trânsito, os maiores usuários de drogas e representam o maior número de detentos....

Uma questão emerge: e onde andam as jovens com as mesmas condições apresentadas nos dados? Para onde elas vão e por que não optam pelo crime ou pelas drogas?

Uma minhoquinha, que baila em uma cabeça que enxerga a vida pela óptica do gênero:
Será que esse comportamento agressivo dos jovens é fruto do universo patriarcal em derrocada?
Será uma anacronia, um tom fora do compasso que ainda vibra relembrando os idos tempos em que violências conquistavam impérios – era O Método; tempos em que ser bravo, heróico, corajoso e impulsivo garantia o mamute do jantar?

Eis o sempre mesmo catálogo de características masculinas, mas, vivemos em outros tempos (ou não?).
Fico pensando se não estaria na hora de despertar nos nossos meninos outras potências, outras características? Não estaria no momento de formar outros jovens? Mais humanos e menos machos?

As mulheres (boa parte delas ou vive assim ou concorda com as que assim vivem) romperam com a noção de mulher “vaso frágil”, “fonte de doçura e amor”; só emoção? Só lágrimas e comoção? Unicamente sensíveis e emotivas?

Sensibilidade, sim.
Emoção, sempre.
Mas jamais unicamente isso.
Razão, lógica e praticidade entraram no menu feminino (tá certo... tem as que não usam, é fato! Mas também é fato que há outras tantas que usam).
E o catálogo de características masculinas foi alterado? Teve algum item diferente incluído após a última glaciação?

Bem, talvez por algumas poucas exceções masculinas que perceberam, entre outras coisas, que as mulheres tem mais a oferecer do que seus lindos corpos pra lhes dar (carinho) e seus belos seios para alimentar seus filhos....

As mulheres aprenderam bastante com o mundo patriarcal que está definhando a cada dia.
Aprenderam que para mostrar que podem algo, tem que batalhar muito mais que um homem, que precisam ser menos manteigas ao sol em certas circunstâncias.
Aprenderam que não são um corpo, uma fábrica de bebês herdeiros de sobrenomes e paradigmas masculinos.
Descobriram que possuem um corpo, que o dominam e que podem usa-lo como bem entenderem.
Descobriram que a dependência financeira é uma forma efetiva de controle e que saindo de casa, tiveram domínio de suas vidas e suas necessidades de sobrevivência.
As mulheres mudaram ... acrescentaram itens novos ao seu catálogo de possibilidades de SER/ESTAR/VIVER.

Mas, e eles?
Ainda são os mesmos... como os seus pais, avós...
Ainda querem o mesmo e ainda pensam o mesmo....
Apenas trocaram algumas coisas ...
Trocaram as grandes embarações por carros de corrida.
Trocaram as arenas com gladiadores por arenas de luta livre (arenas de torcidas de futebol, opa! não são arenas, são arquibancadas....).
Trocaram os demoníacos pagãos perseguidos pela Inquisição pelos terroristas muçulmanos perseguidos pelo “American Way of Live”.
Trocaram suas lindas mulheres produtoras de filhos, submissas e subservientes .... pelo...
...pelo que mesmo?

Ah! Elas abandonaram o posto... E construíram-se como sujeitos sociais....

E ainda tem gente que se surpreende ao ver dados estatísticos como os apresentados na ZH, eles representam a resposta ao momento de transição em que se vive.
Indicam também o tipo de homem que está sendo formado pela nossa sociedade ou... por suas mamães malvadas que saíram de casa para trabalhar e os deixaram a sós, a mercê de seus próprios menus de características cultivadas ao longo de gerações... mas as meninas também foram deixadas...
E agora?
E elas também ficaram com seus menus, mas desatualizado que as faz reproduzirem-se como coelhas e chegarem aos 25 anos com meia dúzia de filhotes que irão reproduzir seus mesmos passos: eles praticando e sendo vítimas da violência, nas delegacias indiciados por roubo e uso de entorpecentes e elas nas maternidades ou nas esquinas...
Isso é sombrio...
Então:

Heellloooowww!!! Meninas, acordem! Há um catálogo atualizado de características necessárias a vida atual te esperando!!!!!!
Meninos.... colem do catálogo feminino, garanto que não é um dispositivo para a queda da saco escrotal...
Marcia Roos CarpeDiem

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