segunda-feira, 18 de julho de 2011

Assim nasceu a bruxaria

Assim nasceu a bruxaria
Para pregar o bem, cristãos convenciam seu rebanho da existência do mal: o demônio estava solto e a mulher era perigosa
Carlos Roberto Figueiredo Nogueira
http://www.revistadehistoria.com.br/v2/images/nada.gif
O cristianismo surgiu com a proposta de ser uma religião universal, mas o mundo tinha particularidades, sobretudo religiosas. Para levar a Boa-Nova a todos os homens, os cristãos precisavam se impor sobre seus oponentes. Assim foi construída a Igreja, primeiro apartando-se do judaísmo, o mais incômodo adversário pela inquietante proximidade. Eliminados os judeus – “assassinos de Cristo” –, os heterodoxos foram os seguintes a ser calados ou perseguidos.

Ao longo do período medieval, a Igreja era atormentada pelas seitas de “adoradores do diabo”, e por isso as perseguiu. Com rigor cada vez maior, chegou à caça às bruxas da Europa moderna: a combinação trágica e eficaz entre a alteridade e a erudição.

A construção de uma mitologia satânica implicou um monumental esforço de reconhecimento do demônio, de suas formas e possibilidades de atuação. Também era preciso identificar seus agentes, ou seja, aqueles que, embora inseridos no rebanho dos fiéis, tramavam secretamente para a sua perdição. Entre estes estava a mulher.  Teólogos e eruditos medievais a converteram em bruxa, o suprassumo da traição e da maldade, o veículo preferencial de toda a malignidade de Satã – enfim, o feminino em toda a sua tragicidade.

A doutrina cristã apresentava como razão para a submissão feminina a própria Criação: se o homem não foi criado pela mulher, ela estava numa posição automaticamente submissa. E ela também era a introdutora do pecado responsável pela condenação dos homens aos tormentos deste e do outro mundo, tornando-se a vítima e, ao mesmo tempo, a parceira consciente do diabo. De presa preferencial do demônio, Eva – a primeira mulher – foi convertida em seu lugar-tenente.
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(Não recordo o site em que estava este texto...)

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