FLORESTA AURORA |
É um lugar-comum atribuir o surgimento de clubes negros pelo Brasil, a partir do final do século 19, à proibição da entrada de pessoas negras em organizações frequentadas por brancos.
Conforme a pesquisadora Giane Vargas, professora da Unipampa (Universidade Federal do Pampa), a história do Rio Grande do Sul é ainda mais cruel do que isso.
"Não frequentar espaços ocupados por brancos era algo tão posto que não era sequer problematizado. Clubes negros como o Floresta Aurora surgiram foi das necessidades básicas dessas pessoas", diz.
Prestes a completar 150 anos, é o clube social negro mais antigo do Brasil encontrado na pesquisa de mestrado de Vargas. A dissertação, intitulada "Clubes sociais negros: lugares de memória, resistência negra, patrimônio e potencial", mapeou mais de 200 instituições desde o século 19 no país.
No caso da Sociedade Cultural Floresta Aurora, hoje localizada no bairro Belém Novo, em Porto Alegre, a necessidade era arrecadar dinheiro para dar um fim digno ao corpo de pessoas escravizadas, até então enterrados em valas rasas. Algumas vezes, tratavam-se de pais de homens e mulheres negros já alforriados.
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📷 Floresta Aurora/Divulgação
📝 Caue Fonseca
#PraTodosVerem: Fotografia em preto e branco de 1944 mostra os jogadores do Inter Arfeu, Ávila e Tesourinha (sentados, ao centro) recebendo homenagem do Floresta Aurora. Sob a imagem há o texto: "Um dos mais antigos do país, clube negro gaúcho surgiu para enterrar corpos de escravizados"
Via: Instagram da Folha de São Paulo
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